Você conceguiria imaginar um livro no qual Cinderela se rebela, vira vegetariana, sai do baile só de madrugada e larga o príncipe encantado, em que sua amiga Branca de Neve usa Prozac para combater a depressão e a Bela Adormecida acorda sozinha.
O livro ‘La Cenicienta que no Queria Comer Perdices’ ("A Cinderela que não queria comer perdizes", em alusão ao final tradicional dos contos em espanhol, que acabam com a frase "foram felizes e comeram perdizes") é um sucesso de vendas na Espanha.
A história idealizada pela escritora Nunila López Salamero e pela desenhista Myriam Cameros Sierra que também assina os traços não foi coisa fácil de ser publicada. Elas ofereceram o livro a várias editoras espanholas e não receberam resposta de nenhuma delas.
Com a ajuda de amigas e de associações de combate à violência contra a mulher, López e Cameros juntaram para a primeira publicação e logo o livro estava sendo aclamado por intelectuais espanhóis para então chamar a atenção de uma das maiores editoras da Espanha, a Planeta.
A Cinderela espanhola do século 21 percebe que era uma mulher maltratada pela madrasta e suas irmãs, abandonada pelo pai, forçada a estar magra para caber em roupas de tamanho 38 e que o príncipe, depois que se tornou seu marido, era um mandão e eterno insatisfeito.
Não somente a renovada Gata Borralheira decide mudar e vida, mas ainda se reencontra com suas amigas princesas que também estão em nova fase e com outros personagens de contos clássicos que decidem mudar de vida.
A Bela Adormecida explica como acordou sozinha, Branca de Neve sai da depressão, deixa o Prozac (remédio ansiolítico) e resolve se bronzear até ficar morena.
"(O livro) é dedicado a todas as mulheres valentes que querem mudar de vida", explicam as autoras.
Ele deverá ser lançado no Brasil em 2010, mas ainda sem previsão de data, nem título definitivo.
O livro deve servir de inspiração para as “princesas da vida real” que muitas vezes se acomodam em situação já deprimentes, para que tomem as rédeas das próprias vida.